terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Estamos no final!

Final de ano, final de curso, final de semestre, final de trimestre, final, final, final.
Sinto-me, acredito que como todos, extremamente cansada.
Não foi um ano fácil!
Achei que a maturidade trazida pela experiência de vida me prepararia para os momentos finais!
Claro que não penso em morrer! Mas estamos nos encaminhando para um ano decisivo, um ano final!
Não mais as correrias para realização de trabalhos, não mais e-mails desesperados e desesperadores, não mais encontros com os professores! Ah, os professores! Por vezes amados, por vezes xingados. Quanta paciência!!! Dedicação deveria ser os seus sobrenomes!
Pegaram "pedras brutas" e foram lapidando, desgastando ali, polindo aqui. Não viramos diamantes ainda, mas nosso brilho aparece agora!
Fico olhando o computador e imaginando como será viver sem estar logada (não houve erro ortográfico). Como serão as quartas-feiras sem o alvoroço de Alvorada? E como será não ter mais obrigações com works e blogs?
Sinto-me nostálgica agora!
Durante toda graduação filhos e netos chegaram, sofremos perdas irreparáveis, dolorosas, relacionamentos se desfizeram, outros iniciaram, outros se fortaleceram...
Foram muitas horas em companhia do computador, outras tantas lendo e refletindo, fundamentando e evidenciando, assistindo, argumentando, criticando e criando.
FORUNS, ROODA, WORKS, Blogs...linhas do tempo...e o tempo voou!
Cá estamos, finalizando!
Mas não tenho vontade de finalizar! Minha única certeza? Nos veremos em breve...em alguma continuação!!!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Freud explica?

"Educar ao lado de governar e psicanalisar é uma profissão impossível." (Sigmund Freud)
Se possível eu continuaria esta frase assim:"...mas os professores conseguem!"
O psiquiatra e psicoterapeuta José Outeiral coloca-nos muito bem uma destas situações:
"... os pais ''terceirizaram" cuidados parentais para as escolas-sobretudo aspectos éticos e morais e educação sexual. E as escolas às vezes assumem este papel ... Na verdade, as famílias estão desorientadas e perplexas, sem saber como agir, e as escolas são, de certa forma o lugar onde elas imaginam encontrar ajuda". (OUTEIRAL, José -XII Seminário de Pedagogia Universitária-Ritter dos Reis).
Passamos à cumprir o papel de educar e com esta aproximação aos deveres familiares não cumpridos, começamos a psicanalisar, a atender os "porquês e achar os "comos".
Fora toda esta situação, ainda esperam de nós o governo! Governar caminhos de aprendizagem, governar casa, família, governar, governar...
E conseguimos! Como? Freud explica!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NÓS=EU...

Estava escutando, dias atrás, a entrevista de um jogador de futebol "famoso". Confesso que embora já devesse estar acostumada, fiquei impressionada com o que observei.
Durante toda entrevista, o jogador em questão, colocava-se sempre na primeira pessoa do plural (NÓS), ou então referia-se a si como "A GENTE".
Nesta hora, percebi-me estabelecendo uma "curiosa" relação entre professores e jogadores de futebol.
Enquanto muitos de nós trabalham 60 horas para poderem ter seu carro popular (claro que não falo de um carro zero km), ou sobreviverem durante o mês, a "estafante" jornada diária de um jogador de futebol resume-se a, no máximo, 8 horas por dia e rende-lhes, se quiserem, um carro importado de luxo, a cada semana.
Mesmo que um professor trabalhe um ano inteiro, três turnos por dia, não conseguirá alcançar a metade de um salário mensal de um jogador de futebol, mas nós professores, não somos responsáveis pela "alegria do povo".
Vi muita gente chorando por seu time, por jogador que chega ou que vai, por um gol feito ou sofrido, mas confesso que nunca vi pais chorarem pela desatenção com seus filhos, pelo descaso com a escola, por uma aprendizagem ocorrida, nem pela emoção de ver seu filho querer aprender. O que dirá por ver um professor esforçar-se para trabalhar doente, sem material, correndo riscos...
O jogador de futebol quando sente-se ameaçado, contrata seguranças e o seu clube reforça-a para garantir sua integridade. O professor quando é ameaçado, ou perde sua vida ou tem que trocar de escola, de casa ou até de cidade.
Fiquei pensando nisto enquanto olhava a entrevista ir acabando e fiquei pensando o quanto buscamos melhorar, crescer, estudar mais, aperfeiçoarmo-nos.
Sabe qual foi a minha única tristeza ao olhar este panorama? A grande e violenta distorção de valores, onde quem proporciona a "alegria do povo" tem reconhecimento(de todos os tipos) garantido e quem garante a educação para o povo, quase mendiga melhores condições e já desistiu do reconhecimento à muito tempo.
Este é o Brasil das grandes desigualdades sociais, mas principalmente das desigualdades morais...Onde o jogador de futebol, constrói seu ego a ponto de tornar-se plural e os professores sonham com o tempo que não volta mais, onde poderiam ter sido simplesmente jogadores...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Acumular saberes...não mais!

Li em um artigo de Juan Ignacio Pozo que os seres humanos são, possivelmente, os únicos capazes de ensinar. Outros animais aprendem, inclusive se comunicam por meio de linguagem e resolvem problemas, contudo não ensinam os seus, por que segundo afirmação do autor, ensinar "requer ler a mente do outro, saber o que ele não sabe e propor atividades para ajudá-lo a aprender."
Desta maneira, o autor quer dizer que precisamos entender o modo como os alunos aprendem, as dificuldades que têm de enfrentar, como se sentem e a maneira que podemos influenciar em suas relações afetivas e sociais.
É compreendendo como funciona a mente dos alunos que vamos conseguir ajudá-los a aprender, pois afinal, não queremos "empurrar" aprendizagem sobre eles.
Para que isto aconteça, retorno a um ponto já descrito em outras postagens e reforçado nesta: é preciso mudar a mentalidade dos docentes!
Mudando suas concepções sobre o que é aprender e ensinar, repensando os objetivos por disciplinas e concluindo, a maneira de avaliar o conhecimento construído, estaremos construindo novas formas de pensar e conhecer e não apenas acumular saberes!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sujeito ativo da aprendizagem!

Assisti ao DVD "A construção da leitura e da escrita do adulto na perspectiva Freireana" e confesso que fiquei com uma frase, entre outras, gravada na minha mente e dizia mais ou menos assim: "O erro deve ser entendido como o momento do acerto."(Gadotti)
Precisamos encarar esta realidade como algo concreto e partirmos dela para oferecer, para proporcionar o momento de acertar, o momento de construir o conhecimento.
Partir do suposto erro, desestabilizar esta construção e daí acompanhar a elaboração da construção do conhecimento.
Como Piaget nos coloca, a criança apodera-se do conhecimento se "agir" sobre ele, pois aprender é descobrir, inventar, modificar. Portanto o que fica claro para mim, é que o que leva o aluno à aprendizagem, não é o cumprimento de uma série de tarefas, mas a compreensão e vivência de diversas situações de aprendizagem.
Como Maria Fernandes coloca em seu livro: Os segredos da alfabetização- São Paulo: Ed. Cortez, 2008:
"O aprendiz é um sujeito que protagoniza o seu processo de aprendizagem. É alguém que vai produzir, pois irá transformar as informações que recebeu em conhecimento próprio. Essa assimilação não se dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas quais ele possa agir sobre as características do objeto, pensar sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras pessoas."
Precisamos, como educadores e como aprendizes de um novo (pelo menos para mim) modelo de ensino, mudar nossa visão, desacomodar nossas conhecimentos e interagirmos com outras pessoas, trocando experiências.
Assim estaremos sendo sujeito ativo da nossa aprendizagem e permitindo que nossos alunos também o sejam.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Competência versus Mediocridade.

"Competência é a capacidade do sujeito mobilizar recurso (cognitivos) a sua volta visando abordar uma situação complexa."
Inicio esta postagem com a proposta de Philippe Perrenoud, adaptada por Vasco Pedro Moretto, no livro "Prova, um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas" (Rio de Janeiro, DP&A,2002), pois lendo este livro compreendi que quando falamos em desenvolver competências em nossos alunos, queremos abordar aí, três aspectos importantes que são:
1º)Uma capacidade do sujeito, ou seja, quando ele "é capaz de".
2º)Ligação ao verbo MOBILIZAR, significando movimentar com força interior(não transferir de um lado para o outro).
3º)Ligação com a palavra RECURSOS, que além dos recursos da cognição (conhecimento intelectual) necessita recursos do domínio emocional.
Ou seja, quando falamos em competências, não podemos associá-la à uma forma "certinha", tradicional de impôr a aprendizagem e sim falamos de alguém que elabora situações que levem o aluno à manifestar suas competências e a construir seu conhecimento.
E foi refletindo à respeito deste desenvolvimento de competências que, novamente, voltei à questão da avaliação. Para um ensino voltado ao desenvolvimento de competências, a avaliação torna-se "...um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas"(Prova, um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas- Rio de Janeiro, ed. DP&A, 2002). Afinal queremos ser competentes ou passar a vida inteira no limite entre a mediocridade e a incompetência escolar?

domingo, 25 de outubro de 2009

Antes X Depois!

Na aula presencial do dia 21/10 escutei um colega dizendo o quanto estava maravilhado com as mudanças em sua prática pedagógica. Enquanto eu o escutava, parecia que estava me ouvindo falar!
Também notei as mudanças depois, nada muito brusco na hora,mas a longo prazo.
De repente,na mesma aula escuto um outro colega comentando que então o que o colega havia feito em quase 30 anos em sala de aula? Antes de "mudar" ele nunca havia ensinado? Então o que fizera?
Pensei à respeito das duas situações! Realmente a minha prática docente está mais decente, mudou o meu jeito de trabalhar, a minha visão, o meu conceito de aprendizagem, passei a respeitar e trabalhar com os conhecimentos prévios das crianças, utilizo Projetos de aprendizagem na minha turma. Sinto-me mais viva como profissional. E então, apesar de não ter 30 anos em sala de aula, percebi que antes eu havia ensinado sim, mas a qualidade, a maneira como isto acontecia era só unilateral. Eu ensinava, eu transmitia, eu, eu, eu, eu...Não os alunos, não o conhecimento construído, não à existência do conhecimento prévio!
Então colega, respondo-lhe: ensinamos sim, não quero rejeitar o passado, mas utilizá-lo para modificar o presente e o futuro. Se podemos modificar o presente para melhor, por que ficar questionando a validade do que já fizemos? Ensinamos sim, colega! Houve aprendizagem sim,mas com certeza agora ela é de muita qualidade!
Ela é fundamentada na parceria: participação construtiva do aluno no processo de aprendizagem e a necessidade de intervenção do professor para a aprendizagem. Somos mais de um para montar este quebra cabeças!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dificuldades de aprendizagem.

Estive lendo e pesquisando sobre dificuldades de aprendizagem e uma frase do fonoaudiólogo Jaime Luiz Zorzi, doutor em Educação, chamou minha atenção, ela diz o seguinte: "Se os índices de fracasso escolar brasileiros na tentativa de alfabetização se devessem à distúrbios de alunos, poderíamos crer numa epidemia."
O mesmo doutor afirma que a Organização Mundial da Saúde tem estimativas que entre 10 e 15% do total de crianças com problemas de aprendizagem apresentam distúrbios orgânicos (incluindo deficiência mental, auditiva, motora, visual e múltiplas, além de casos como a dislexia). sendo que o índice de fracasso escolar atinge 40% ou mais. Nestas situações não estão computados os estudantes que passam de ano sem ter aprendido corretamente.
Fiquei questionando-me ao que deve-se esta discrepância nos dados e concluí que muitas vezes falta ajuste entre o método utilizado pelo professor e as características do aluno.
Vemos constantemente "diagnósticos" de transtornos de déficit de atenção quando na realidade, o comportamento desatento está ligado ao que as escolas e professores oferecem em termos de ensino. Não existe, muitas vezes, o trabalho feito com a realidade trazida pelo aluno.
E voltamos, aí, a um ponto muito forte e preocupante: a avaliação.
O que vemos é a avaliação onde as crianças são avaliadas pelo ponto fraco e não pelo forte. . Como tudo o resto somos avaliados pelo que não fazemos, ou não temos, ou não somos.
Pedro Demo (Avaliação Qualitativa-ed.rev.-Campinas,S.P.-Autores Associados, 2002) coloca muito bem, quando nos diz que: "Refletir é também avaliar e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos etc."
Quem sabe o que nos falta é olhar diferenciadamente para cada aluno? É possível. Basta querermos, só precisamos ajustar o método às características dos alunos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Agradecimento à Piaget!!!

Em um comentário feito numa postagem anterior, a professora Beatriz colocou como era interessante o quanto a mudança causava desconforto e cita, sabiamente, Piaget, dizendo:"Para mudarmos, precisamos nos desacomodar e isto significa sair da zona de conforto."
Confesso que voltei lá muitas vezes e fiquei com a citação de Piaget na cabeça e ao olhar determinadas situações ela logo aparecia, como um grande aviso em neon, piscando à minha frente.
Às vezes por motivos que não são nem justificativas, a vontade de acomodar-se e deixar tudo como era, volta. Realmente professora, tudo era muito mais confortável, tudo era muito arrumadinho. A "engrenagem" funcionava em uma única direção, encaixada em outras que giravam perfeitamente. Meu mundo era arrumadinho!!!
Que bela bagunça eu acabei fazendo!!!
Saí da "zona de conforto", gerei alguns desconfortos por conta disto e descobri que este caminho não tem volta, porque é repleto de comprometimento.
E uma vez descoberto não tem como desistir!
Piaget tinha razão!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sobre contos de fadas e viagens especiais!!!

Li a reportagem da revista Nova Escola e fiz um resumo das idéias centrais do texto...
A criança antes de falar, já é capaz de entender as histórias contadas pelos adultos. O relato cotidiano ou os contos de fadas vão fazer com que aos poucos adquiram um repertório de imagens, nomes e roteiros de ações utilizadas mais tarde.
Quando a criança conquista condições fisiológicas de falar, começa a narrar o que acontece no tempo, ela vai acessar todos os diferentes repertórios acumulados desde os primeiros meses de vida.
Maria Virgínia Gastaldi explica que: " o pensar não se estrutura internamente, mas no momento da fala.A narrativa, que é a primeira estrutura da oralidade que a criança tem contato, é o que modela e estimula a atividade mental."
Como deve ser, então a postura do professor ou da família? O ideal é que sejam co-construtores das narrativas, incentivando a criança a avançar nos recursos que utiliza em suas construções. Envolve uma relação de cumplicidade entre a criança e seu interlocutor.
Quando a criança começa a contar sobre o passeio que fez ao zoológico e termina contando como quase caiu na jaula do leão, estão fazendo a ligação do faz de conta no pensamento infantil e a maneira de apreender o mundo e elaborar os sentimentos conforme nos diz Gilka Girardello: "A criança brinca com sua realidade, extravasando-a para experimentar outros paéis e situações."
Ela nos coloca que, fazendo isto, as crianças vão articular imagens do repertório conquistado ao longo de sua vida.
Dra. Ana Paula Stahlshmidt coloca-nos que trata-se de um "experiência em que os pequenos podem brincar com a realidade em que dão sentido pessoal aos elementos do ambiente e os elaboram à sua maneira para com ele poder lidar."
Existe um outro lado exposto por Lélia Erbolato Melo, que nos coloca a incorporação do elemento da dramatização, onde tornam as histórias interessantes incluindo ação, conflitos e o inesperado. Tudo por que ao ouvir histórias a criança cria hipóteses sobre como seria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situações.
Quando a criança assume o papel de narrador da história é comum a flexibilidade de fronteiras entre experiência pessoal e situação imaginada, tanto nos relatos reais como nas histórias ficcionais. É um processo comum e saudável misturá-las (realidade e ficção) para mais tarde separá-las.
Quanto ao adulto, não cabe questionar se é verdade ou invenção, mas participar da aventura e pedir detalhes, além do cuidado de não tirar conclusões precipitadas sobre as narrativas. O aluno falar de uma briga não quer dizer que aconteça na casa dele, pois não é possível saber a quem se remetem com seus personagens.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Escola formadora!

Estava analisando as construções que temos feito sobre concepções ingênuas e conhecimentos prévios e refletindo cheguei à conclusão que através da nossa mudança de visão, de conceitos, de fazer pedagógico, inicia também a mudança em nossas escolas.
A educação tradicional, onde os professores tinham as respostas prontas, para o perfil apresentado e estático dos alunos, está dando lugar (não de forma ampla) à necessidade de formação diferenciada em função de saber que as exigências de formação dos alunos são outras, mais complexas.
Devido à esta transformação veloz , proporcionada pelo conhecimento e a acessibilidade à um mundo em processo de transformação rápido e diversificado, torna-se difícil o professor estar suficientemente qualificado.
Daí a necessidade das escolas mudarem e passarem a serem centros de formação, não só dos alunos como também dos professores, onde cada vivência e a experiência pode construir, em cooperação, uma reflexão coerente que nos leve à respostas produtivas.
Por estes motivos, acredito que o início está na nossa mudança, na aceitação de que nossos alunos chegam com suas concepções ingênuas e conhecimentos prévios e à nós cabe a desestabilização para construção do conhecimento.

domingo, 13 de setembro de 2009

Alfabetização e/ou letramento?

A melhor resposta à esta pergunta é: a união das duas!
Sabemos que estas duas habilidades nem sempre foram tratadas conjuntamente. Antigamente o ensino da leitura e da escrita ficava restrito à decodificação e codificação, ou seja, reconhecer a lógica do código alfabético e transformar os sons em símbolos. Com a "chegada" do letramento começou a ser considerado, também, o contexto social, cultural e político que envolve a aquisição da leitura e da escrita.
Por isto,ler e escrever é bem mais que dominar um código que organiza a língua.
Estive pensando a respeito e cheguei à conclusão que através da leitura conhece-se todos os "mundos" e através da escrita pode-se inventá-los, reescrevê-los, redimensioná-los.

domingo, 6 de setembro de 2009

Estou transgredindo!

Calma!Não virei contraventora!!!
Mas com certeza estou atravessando uma fase de discordar do que vejo e tentar mudar o que tenho.
Sinto-me atravessando uma ponte. Deixando o antigo, o "perfeito" e o "arrumadinho" e indo em direção ao que de novo (nem tão novo) me espera.
Sentia-me incomodada com a profissional que era e ao mesmo tempo com medo de mudar, pois todo processo de mudança é doloroso e até penoso.
Fui pega de surpresa e não notei à princípio, as mudanças irem se instalando. Aquilo que parecia ser um teste, no início do ano, foi transformando minha maneira de ensinar. Trabalhar com Projetos, da maneira como estava aprendendo na UFRGS, foi o primeiro passo. Como já postei sobre isto, não vou me deter nesta parte. (http://carlatruda.blogspot.com/2009_03_01_archive.html)
A partir dali, comecei a ver que trabalhar desta maneira exige uma série de outras mudanças. Ao participar da recuperação de Seminário Integrador VI, lemos o texto: "Por que avaliar? Alguns comos, para se chegar aos porquês" e a questão da avaliação quantitativa e qualitativa passou a povoar muito meus pensamentos. Passei a ler e pesquisar a respeito. quanto mais lia mais ficava incomodada!!!
Nossa realidade, apesar de já ter mudado alguma coisa, precisa chegar ao ponto de a avaliação ser única, individual, visando a melhoria, a verdadeira aprendizagem e levando em conta a realidade do nosso aluno.
Acredito que toda esta "incomodação" que sinto me fez buscar, refletir, ler e mudar minha atuação.
Não consigo que minhas propostas sejam utilizadas em outras séries ou anos, há uma grande resistência por parte das colegas, mas decidi que isto não me impediria de mudar dentro da minha sala de aula, com meus alunos e suas famílias.
O resultado? Minha turma tem a menor incidência de faltas em toda escola, resgate da família para trabalhar junto à professora, aprendizagem maior, diversificação e flexibilização dos conteúdos, interdisciplinariedade , a alegria em aprender e finalmente e no meu entender não menos importante, o desenvolvimento da autonomia.
Concluo, afirmando que acredito ter atravessado uma pequena parte da ponte, mas mesmo pequena, ver o restante do trajeto à percorrer me dá mais vontade de ler, buscar, descobrir e me atualizar. Pequenos gestos, passos minúsculos, mas que vão alterar minha trajetória final.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parar de dar aula!!!

Não, isto não é um manifesto à favor de GREVE!!! Mas estive refletindo sobre aprendizagem e mesmo sem querer, acabei fazendo um paralelo entre o modelo de educação escolar mais antigo e o que procura-se aplicar atualmente.
Antes, tudo era muito "arrumadinho", tinha-se a ideia de que o mundo estava pronto e de que nele residia todo conhecimento. Ou seja, o professor ensinava algo inquestionável e o aluno aprendia e reproduzia exatamente como havia aprendido. E todos foram felizes para sempre!
O que aconteceu a seguir?Pânico com a chegada da concepção construtivista.
Acredito que o professor tenha-se questionado muito sobre: Como deixar de ser um bom professor por que sabe o conteúdo e passar a ser um bom professor por que sabe mediar a aprendizagem? Passar, de repente, a conjugar na prática, o verbo interagir...
Por isto volto agora, ao título! RONCA (1996) faz o questionamento perfeito, sobre isto: "Se o papel do professor é dar aulas, enquanto ele dá sua aula, o aluno faz o quê?"
Tenho a impressão que quando utilizamos a expressão "dar aula" estamos nos reportando àquele "mundo arrumadinho" de antes, pois não temos nenhuma aula a dar e sim construir junto com o aluno.
São dois os protagonistas deste espetáculo chamado aprendizagem: o professor e o aluno, onde a aprendizagem ocorre como fruto de esforços em busca de uma solução que nos satisfaça.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Altas habilidades!!!

Como educadores, acredito que temos que buscar constantemente lançar um olhar diferenciado, um olhar crítico sobre o nosso fazer pedagógico e sobre a individualidade do nosso aluno.
Procuramos sempre encontrar as dificuldades de nossos alunos e deixamos muitas vezes passar suas reais potencialidades.
Foi assim que comecei a perceber o desenvolvimento de um aluno...maravilhoso!!!Não por ser tranquilo e ótimo aluno, mas por quê exigia e exige mais de mim, sempre mais!
Nas aulas de matemática, seu raciocínio vai além do que é proposto...Se existem duas propostas de atividades, ele realiza, tranquilamente, mais três ou quatro.
Está constantemente me desafiando a buscar mais, pois tem uma sede de aprender impressionante!
Quando estudamos Manet e Murillo, aprofundou-se buscando seus estilos e histórias(sem que fosse pedido).
Fui pesquisar e descobri que o MEC fez uma listagem descrevendo atitudes mais frequentes em pessoas que têm altas habilidades. BINGO!!!Ele tem a maioria dessas características!!!
Busquei qual o caminho a ser feito para confirmar ou não o que desconfio, já o encaminhei para a Secretaria de Educação, que vai testá-lo e confirmar ou não minha suposição...
E eu? Aprendi muito com tudo isto! O olhar para o diferente deve ser para todos os lados. A inclusão também passa por não esquecer daqueles que já têm a bagagem, mas precisam de uma ajuda para carregá-la!!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hoje eu chorei...

Não tem coisa pior que a mentira!!! Como me magoa esta forma de agressão!!! Falo em todas as "instâncias": familiares, profissionais, nas "ditas" amizades (as recentes ou antigas)...E tenho visto que é algo que vai crescendo. Acha-se que conhece-se alguém... conversa-se...acredita-se nas pessoas...muitas vezes as servimos... e logo ELA aparece no meio...sem muita demora...ELA chega...A MENTIRA!!!
Por isto gosto cada vez mais das crianças!!!Benditas crianças!!! Nem sempre nos dizem a verdade, mas também não escondem suas reais intenções atrás de mentiras!!!
Acho tão simples viver...Quer? Fala o que quer...Não quer? Fala também... Meus pais sempre me ensinaram que a verdade é um bálsamo para a alma...me ensinaram a "jogar aberto" com as pessoas...Aquilo que é...é, simples assim.
Mas tenho visto que nem todo mundo é assim...menosprezam a capacidade e os sentimentos das pessoas! Acreditam que não se pode enxergar por trás de suas atitudes o que está acontecendo de verdade...Mas como meu pai dizia: Aquilo que um dia vai, no outro volta!!! Tomara que não...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Bom humor como receita!!!

Tenho analisado a realidade escolar e acredito que exitem duas línguas diferentes, sendo faladas na escola: a do professor e a do aluno. Não estou a procura de culpados, nem de vítimas. Para Bernard Charlot, professor de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8, esta diferença há porque para os alunos há uma lógica no ato de estudar e para os professores há outra. Em suas pesquisas, descobriu que a maioria dos estudantes gosta de ir à escola para comer, namorar e brincar. Para eles, os estudos, trabalhos e as pesquisas, existem para atender apenas aos interesses da escola. Ou seja, professores pensam que ensinam e alunos pensam que estudam.
Esta maneira acaba levando aos conflitos, pois o professor explica várias vezes, sem obter sucesso, considerando o aluno incapaz e este por sua vez, acredita que o professor não sabe ensinar.
O que nos falta, enquanto professores?
Na verdade é preciso ter muito jogo de cintura. O professor espera encontrar em sala de aula seu "clone": alguém crítico, reflexivo e dedicado, com o acréscimo da obediência.
O que gera uma contradição: como ser ao mesmo tempo crítico, inquieto com a realidade e obediente?
Para melhorar isto, é preciso que o professor se relacione com o aluno, que não o trate como um anônimo, ou um número de chamada. Para haver este relacionamento, o melhor remédio seria acrescentar o humor e assim enfrentar as contradições do Universo da Educação.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Minha jóia...

Minha postagem de hoje é uma homenagem à uma "pessoinha" que eu amo muito!!! Hoje é o aniversário da Maria Vitória, minha filha mais velha, que completa 12 anos!!!
Minha amiga, meu orgulho, minha bonequinha, minha jóia...um presente que carreguei no meu ventre e que agora vejo transformando-se em uma mocinha, com seus interesses e desinteresses, próprios da idade!!!
Mesmo que às vezes seja equivalente à um Tsunami, tem uma doçura no olhar e um sorriso marcado pela alegria.
Companheira e amiga, várias vezes rimos juntas, algumas vezes rimos uma da outra e muitas vezes já choramos juntas, de emoção, de alegria e até de tristeza...
Alguns traços da personalidade são meus, reconheço e assumo a "culpa", mas é esta personalidade forte que me faz admirar cada dia mais a menina que está deixando o casulo para transformar-se em mulher.
Quando nasceu, trouxe um brilho especial à minha vida. ela me ensina todos os dias o que é ser mãe, pois quando a vejo chorando, ou sentindo dor, gostaria de poder livrá-la de todo sofrimento, para que nada impeça de ver o brilho do seu sorriso novamente, transformar meu dia em algo melhor, mais feliz e completo.
O que mais posso dizer? MINHA FILHA, TE AMO!!! Como dizias quando eras pequenina: "MAIS QUE O TAMANHO DO MUNDO TODO"!!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Perrenoud...

A professora Íris disponibilizou-nos um texto escrito por ela, mas onde cita Perrenoud, que nos coloca a necessidade de escutar a criança, a liberação da palavra, o desenvolvimento da capacidade de expressão e ao mesmo tempo a capacidade do professor em manter a ordem, a segurança, o silêncio e a disciplina, além de autorizar somente atividades ligadas ao plano de estudos da aula, proibidos de saírem sem autorização e sem precauções.
Como lidar com esta ambiguidade? Com este ser e este ter que fazer?
De um lado nós, os professores, responsáveis por mediar a aprendizagem e conduzir os alunos pelo gostar, pelo querer estar na escola e por outro, seguir os conteúdos, manter a ordem e a disciplina, enfrentar os colegas que não mudam suas concepções, estão acomodados e não querem assumir alunos vindos de "tanta permissividade".
Durante muito tempo nos sentimos culpados e fomos culpados...pela sociedade, pelos órgãos governamentais, pelos colegas, por nós mesmos, mas por que? Porquê ficarmos nos culpando ou procurando um culpado é mais fácil do que arregaçar as mangas e mãos à obra. Porque esperamos que tudo mude de uma hora para outra...que o nosso "novo eu" nasça com toda força e o "nosso velho eu" morra de vez...doce engano!!!
Isto é o que a professora Íris nos coloca neste texto, que devemos agregar, integrar o passado com as novas perspectivas, analisando nossas resistências, realizando paradoxos, identificando bloqueios e contradições que não podem ser superados negando-os, para assim, aceitar a imensa dificuldade da tarefa e mudar nossa relação com a mudança.
E viva Perrenoud!!!Soube tão bem colocar em palavras o que todos gostaríamos de ouvir...


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Avaliação: hora de mudanças verdadeiras!


Estive lendo um artigo na Revista Nova Escola(edição especial-01/2009), que nos coloca a necessidade da avaliação orientar a aprendizagem.
Fala-nos que, durante muito tempo a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito!
Discordo! Não acredito que a avaliação "tenha sido usada"...sabemos que ainda hoje, professores utilizam-se da avaliação para punir alunos, para amedrontá-los.
O aluno que "não tem jeito" dificilmente sair-se-à bem em uma avaliação quantitativa, pois o professor utilizará este mecanismo para comprovar que o aluno é o problema! E quem garante que o problema real não está na outra ponta da cadeia educacional, nas mãos do professor?
Conteúdos desenvolvidos da maneira tradicional, falta de empenho na aprendizagem, descaso, agressões verbais, falta de materiais e, principalmente, o abandono causado pelo rótulo...Alguns professores chamam os alunos que têm comportamento difícil, de marginais, "trombadinhas" e até BANDIDOS!!! Muitas vezes só o que precisam é serem vistos, serem compreendidos, serem amados...estão se sentindo amedrontados...não aprendem e são vistos como "burros" e talvez não aprendam não por sua própria culpa!!!
Onde está a análise ou o conhecimento da realidade de vida do aluno?
Para acabar com isto, existe a proposta (que não é recente)de uma avaliação reorientada para uma aprendizagem melhor e com isto proporcionar um acréscimo ao sistema de ensino.
Nesta maneira de avaliar, dois são os protagonistas: professor e aluno...e para que melhore o sistema educacional precisa haver uma relação de parceria entre os dois, onde o professor observa, anota, replaneja, envolve todos os alunos nas atividades e faz uma avaliação precisa e abrangente e com seus resultados atende aos quatro públicos interessados: aluno, pais, professores e equipe docente (a quem cabe a continuidade do percurso escolar de todos os estudantes).
Termino citando Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia, que diz: " Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do educando"...ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi ensinado!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

PAI...

Minha postagem de hoje é uma homenagem, um carinho ao meu pai. Neste final de semana, mais precisamente ontem(28/06) perdi uma das pessoas que mais amo no mundo...Fiquei olhando para ele durante o velório e me perguntando de onde veio tanto amor.
Lembrei das mamadeiras na cama, das vezes que ele me vestiu para ir à escola, dos beijos, dos abraços, dos carinhos, de quando me ensinou a dançar colocando-me em cima dos seus pés, do primeiro corridão no namorado, das lágrimas que ele enxugou, de todas as milhares de vezes que me carregou de carro prá onde eu quisesse, do "bolso sem fundo", das horas de estudo junto, das vezes que ele foi dicionário, calculadora, treinador, incentivador, mas principalmente das vezes que ele foi meu pai...Lembrei que durante todos os meus quase 40 anos, ele nunca me deixou sem uma resposta...toda pergunta que eu fiz ele me respondeu. Não foi perfeito, mas quem o é? Tivemos nossas brigas, mas nunca soube o que foi um tapa vindo dele. Eu tenho certeza que o magoei algumas vezes, mas ele nunca deixou de falar comigo. Mesmo doente e cansado, tínhamos planos juntos, planos feitos para o futuro, mas agora não temos mais este futuro juntos. Pai: ainda bem que te disse o quanto te amo enquanto ainda era tempo. Ainda bem que te beijei o quanto quis, mas saibas que ainda poderia ter beijado mais e te dito que te amava mais...pois tudo seria ainda pouco para expressar o que sinto.
Agora? Ficou a dor da separação e da saudade...e olha...dói mesmo, demais...
Escolhi esta foto que apareces com a capa de Super Pai e o troféu que ganhaste de melhor pai do mundo, junto com o Dedé, eu e o Thiago...no teu último aniversário.
Fica uma certeza: aprendemos o que nos ensinaste e pedimos sempre à Deus que saibamos ser uma parte do que foste.
Te amo, Pai.

sábado, 13 de junho de 2009

Decadência da alfabetização!

Muito se discute sobre a obrigatoriedade ou não em alfabetizar o aluno no 1º ano (ensino fundamental com 9 anos).Foi lendo e refletindo à respeito que cheguei a formar minha opinião.
Analisei dois ambientes diferentes em uma mesma situação, ou seja, duas turmas de 1º anos. Uma em escola pública outra em escola particular.
Começo pela realidade alcançada ao final do ano letivo de cada ano: na escola particular 100% de êxito, na alfabetização em duas (2) turmas. Na escola pública 50% de êxito nas três (3) turmas.
Cada argumento encontrado, um contra-argumento apresentado!
Para começar,coloca-se a desorganização familiar como motivo para o fracasso na alfabetização, pois as separações, as constantes trocas de parceiros e parceiras, as mudanças de endereço, prejudicam a frequência e quando não a prejudicam, pois o aluno não falta, ele vai mas não leva o material , alguém (que ele não sabe quem ) ficou responsável pela organização e não houve esta organização.
Mas este é um argumento da escola pública, embora a contra-argumentação ofereça que estas mesmas situações aconteçam com as famílias das escolas particulares. Portanto, situações comuns à ambas escolas.
Outro argumento seria a desnutrição. Aluno com fome não aprende. Certo? Então como explica-se o aumento de anorexia e bulemia nas séries iniciais das escolas particulares? Fruto de uma cultura em torno do "corpo perfeito". A falta ou diminuição na aprendizagem não é um dos sintomas da doença e sim o aparecimento evidente da desnutrição, entre outros. Ambientes diferentes, situações diferentes, causas diferentes, mesma desnutrição...resultados diferentes!
Violência familiar seria outro argumento. Mas sabemos que ela permeia todos os níveis. E o que é pior: nas famílias das "ditas" classes mais altas ela é muito mais "facilmente" escondida ou camuflada.
Crianças são crianças em qualquer lugar...estão à espera...algum trabalho precisa ser feito!!!Alguém precisa querer trabalhar!!!
Muito teria a comentar, como metodologia, formação, acomodação, salários, questões raciais, inclusões, mas por mis que existam um abismo de diferenças, afirmo acreditar que a vontade, o conhecimento, a busca, a paciência, o amor e a desacomodação podem mudar este quadro de decadência da alfabetização!!!

Múltiplas linguagens!

Achei interessante um artigo publicado na Revista Nova Escola de dezembro de 2007, onde fala da inclusão de alunos indígenas surdos.
Fala da realidade que conhecemos onde muitas vezes o aluno fica fazendo número, sem aprender, até que seu problema é diagnosticado.
Como em qualquer outra população, a primeira dififculdade encontrada é na própria família, onde os deficientes são encarados como um impedimento à sobrevivência de um povo, o que acarreta um trabalho imenso à equipe pedagógica ter que convencer os pais à permitir o convívio com outras pessoas da comunidade.
No passado, era comum que ao detectar em uma criança indígena qualquer diferença do restante do grupo, ela fosse abandonada ou até morta. Ainda hoje, em muitos casos, ela é retirada do convívio social e não estuda.
Depois desta barreira, vem a garantia da aprendizagem ao incluir o aluno, uma vez que os surdos da comunidade tinham alguns sinais compartilhados, necessitando levar os professores à conhecerem o gestual para melhorar a comunicação e levarem os surdos à aprendizagem.
Durante todo artigo, uma certeza foi crescendo dentro de mim: toda inclusão precisa nascer de uma vontade...vontade muito grande de que o aluno aprenda, seja feliz e sinta-se incluído não só na escola, como na sociedade.

Desacomodação X incomodação!

Tenho observado situações ao meu redor, com as crianças em aula, com minha família, com quem conheço...O que somos? No que nos transformamos? Não estou com crise existencialista e nem de identidade! Mas vejo falta de paciência por todos os lados!!!
Nós adultos, costumamos querer que as crianças pensem e ajam como nós...e ai delas se não o fizerem!!! Posso testemunhar que vi algumas "casas caírem"!
Quem nos conferiu o título de "donos da verdade absoluta"? O que nos dá este direito?
Por que uma criança está errada ao querer rir em aula? Qual o crime em ser feliz? Por que ela não tem o direito de não querer realizar uma tarefa que não lhe chamou a atenção?
Por que? Porquê são desafios que elas nos lançam! E quem de nós gosta de ser desafiado? Desafios geram desacomodação e se não gerarem desacomodação e por conseguinte, buscas, geram incomodação! Como nos incomoda, por vezes, o olhar questionador de uma criança!!! Como a sua ânsia de descobrir e viver nos perturba...
Tenho observado que o fato de sermos adultos nos confere o "grau" de doutores em comportamento! Pelo menos no comportamento dos outros!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Argumentos...


Tenho refletido muito sobre os argumentos! Sim, claro!!! Semestre de conhecimento, aprofundamento, utilização e desenvolvimentos de argumentos!
Lemos, discutimos, vimos, refletimos, argumentamos e até contra-argumentamos!
E foi durante este período que lembrei da infância, da minha infância!
Época em que a nossa argumentação é riquíssima. Talvez não em profundidade, mas justamente na simplicidade, relatamos tudo, argumentamos com o coração.
Não precisamos, na infância, ler a defesa de Sócrates para explicar e argumentar com nossos pais por que a boneca desejada nos é vital! E podemos conferir...ela é!!!E o ardor que usamos nesta argumentação, mesmo que hilário em certos momentos, convence da real importância daquele brinquedo.
O mais bonito é que a criança, em sua inocência, nem sabe o que é uma argumentação, mas defende com paixão suas idéias e isto faz com que nenhuma contra-argumentação a demova de seu objetivo final.
Termino com um questionamento feito a mim mesma: em que etapa da vida perdemos esta paixão em defender o que cremos? Por que perdemos?


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Construção coletiva!

Quando ouvia falar em construtivismo, confesso que ficava arrepiada! E não era de emoção! Eu havia presenciado experiências horríveis de um "pseudo-construtivismo".
Engana-se quem acredita que trabalhar de forma construtivista gera bagunça, barulho e turma alvoroçada. Só acontece este tipo de ação quando o professor de forma enganosa, acredita que trabalhar de maneira construtivista é deixar o aluno "solto", livre, aprendendo com suas atitudes, de maneira desordenada e sem a presença e intervenção do professor.
Tenho observado e, principalmente, sentido, que trabalhar de forma à construir o conhecimento exige organização, trabalho, pesquisa, dedicação, flexibilidade, adequação, criatividade (imensa), idealização (seber onde se quer chegar), integração, vontadde, estudo e principalmente, amor, aliado ao conhecimento adquirido, pois eles nos libertam dos tabus.
Durante o estudo sobre epistemologia genética aprendi que esta "pseudo-aprendizagem", onde impera a bagunça, é aquela pregada pelo Apriorismo, onde quaisquer ações são suficientes para que o conhecimento aconteça e neste embalo, houve uma confusão grande entre o que realmente é o construtivismo e a bagunça generalizada que se instaurou nas salas de aula.
Não posso deixar de frisar, aqui, que minha turma faz barulho e é alvoroçada, mas o barulho é das discussões dos grupos em plena atividade e a turma é alvoroçada para aprender cada vez mais, para descobrir, para organizar o que aprendemos e para aprender o que organizamos.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Necessidades especiais...quem ensina quem???

Tenho observado a menina portadora de Necessidades Especiais que é minha aluna!
Cada dia tem sido uma aprendizagem...mas para mim!
Nunca (e quando falo desta maneira, não estou sendo exagerada) está triste, sem vontade ou brava.
Apresenta sempre boa vontade para tudo que é proposto, nunca coloca seus limites (visíveis) como desculpa ou motivo para não fazer algo, muito pelo contrário, é a primeira à oferecer-se.
Vive feliz! Não por que vive sorrindo e sim por que adora estudar e ir à escola aprender, como faz todos os dias. quando questionada sobre sua situação, diz que seu problema é motor, só. Como se fosse "só" ou algo simples.
Não se queixa das dores que certamente sente. Quando acontece, só pede para ir lavar o rosto, fazendo questão de ir sozinha, não querendo companhia e nem ajuda!
Ela diz que sou o máximo por que eu posso usar salto alto e eu digo que ela é o máximo, por que quando me olha é como se fosse lá do alto!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Projetos...final!


























Nosso projeto de frutas foi evoluindo! Foi acontecendo!
Confirmamos algumas certezas, como por exemplo: frutas fazem bem à saúde e na salada de frutas comemos mais facilmente frutas que não comemos puras!
Vi meus alunos assumirem e decidirem regras em seus grupos para um melhor andamento do trabalho! Vi o empenho em pesquisar, relatar e escrever! Mas principalmente, vi a felicidade em aprender.
Fomos respondendo nossas dúvidas, sem que eu detivesse todas as respostas em minhas mãos.Vi-os organizarem-se, relatarem e escreverem!
Trabalhamos com este projeto, a interdisciplinariedade, utilizamos os conhecimentos que cada um trouxe consigo, nos divertimos pesquisando, nos aproximamos mais nesta busca por respostas, quebramos alguns "tabus" construindo o nosso conhecimento e brincando.
Segue junto à postagem algumas fotos dos trabalhos que fizemos neste projeto, tais como:
*Árvore com frutas em comemoração ao aniversário da cidade de Porto Alegre, feita depois da leitura do livro: Memórias de uma árvore nascida em Porto Alegre (Íria Müller Poças).
*Confecção de frutas de massinhas de modelar.
*Releitura das obras de pintores famosos como Manet e Murillo, que pintaram quadros com frutas.
*Confecção criação e apresentação de teatro de fantoches, utilizando frutas como personagens.
Estou vendo o quanto eles florescem e me sinto florescendo junto! Entendo o processo de aprendizagem pelo qual eles estão passando, pois estou passando pelo mesmo processo, enquanto aluna.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Projetos...continuação!













Fiquei analisando todo este tempo, quais foram ou estão sendo, as vantagens deste projeto que estamos trabalhando! São muitas...tais como: organizar melhor o que está sendo feito, garantir a aprendizagem, romper com velhas crenças de que aula boa é aula no quadro e que no construtivismo, tudo é muito livre, tudo feito na hora....Engano!!!! Tenho tido que estudar, pesquisar, criar muito mais agora do que antes de trabalhar assim... Preciso estar pronta para o que vou apresentar, pois sempre há retorno!
Depois que começamos a estabelecer nossas dúvidas e certezas...todas provisórias, começamos a ir atrás do que tínhamos de dúvidas! Frutas nascem só em árvores ou no chão também? Começamos a nossa conversa por esta parte....O que achamos? Quem e que frutas acreditavam que nasciam onde? Fizemos um apanhado e fui eleita a escriba do grupo (por enquanto). Começamos a determinar juntos onde procuraríamos as respostas: com a família, nos livros e no laboratório de informática( na internet). Depois de definidos os lugares, estabelecemos que outras dúvidas poderíamos aproveitar para elucidar, uma vez que usaríamos o laboratório de informática para pesquisar: Como nascem as frutas? Fomos até lá e iniciamos a pesquisa. Utilizamos site de buscas, separamos o que nos interessava e imprimimos o material necessário. Voltamos à sala de aula e passamos a pesquisar o que conseguimos. Em grupos, as crianças escolheram quem leria, quem seria o relator e quem faria os cartazes, pois decidimos apresentar as nossas descobertas aos outros grupos da aula.
Estipulamos um tempo de 45 minutos para organização, confecção e escrita do trabalho, para depois o grupo ter mais 10 minutos de apresentação aos colegas.
O que descobrimos? Que o melão é uma fruta que não nasce em árvores, e sim no meloeiro, planta rasteira, como a que nasce a melancia. Descobrimos como nascem os abacaxis, os pêssegos, as uvas, os morangos, as laranjas, os mamões e as peras. As crianças apresentaram e acharam impressionante o fato das frutas, todas que foram pesquisadas, terem vitamina C e que esta vitamina auxilia no tratamento de gripes, infecções respiratórias e outros tipos de infecções.
Foram apresentados os cartazes confeccionados pelos grupos com o desenho das frutas, suas propriedades e como elas nascem.
Quanto à maneira como nascem as frutas, resolvemos fazer uma experiência para vivenciar o nascimento da fruta...e foi ai que surgiu a proposta de realmente fazer uma salada de frutas em aula, para assim usarmos as sementes tiradas das frutas, para realizarmos nossa plantação.
Organizamos os bilhetes juntos, imprimimos e distribuimos para cada aluno levar e trazer a sua fruta marcada.
No dia anterior, fizemos uma produção textual, relatando o que faríamos, como faríamos e depois fizemos o cálculo aproximado de quantas frutas seriam usadas.
No dia marcado, trouxemos tudo, preparamos o material necessário e fizemos a contagem das frutas que foram trazidas...vieram mais frutas do que havíamos previsto!!!
As crianças adoraram participar!!! Separaram as frutas, lavaram, carregaram e contaram potes, colheres, limparam as mesas e organizaram tudo, só não mexendo nas facas. Quando a salada ficou pronta, elas aplaudiram de felicidade!
Depois de lancharmos nossa salada de frutas, fizemos o relatório do que foi feito...
Por enquanto paro a postagem aqui, mas certamente tenho muito mais à contar, nas próximas postagens...pois este PA está redendo muitooooo!!! E eu estou adorandooo!!!!

sábado, 21 de março de 2009

Projetos...parte 2!

Tem uma certeza (que não é temporária) aprendida com a experiência que estou tendo no PEAD...nada é passado ao acaso! Nada é ensinado por ensinar!
Por isto quando começamos a estudar e montar os Projetos de Aprendizagem, no semestre passado, comecei a prestar atenção na metodologia, na sequência seguida para montagem do mesmo.
Ao reassumir minha turma este ano, percebi a possibilidade de, seguindo os passos, trabalhar com o mesmo estilo de Projeto, na minha sala de aula.
Claro que não comecei logo no primeiro dia a montagem, mas iniciei um processo de conhecimento e de troca de informações, que estão sendo muito úteis na fase atual do projeto.
Clareando um pouco para quem estiver lendo, estou com uma turma de 2º ano, composta por 21 alunos, tenho uma inclusão de aluno portador de necessidades especiais e destes 21 alunos, 14 estão no nível alfabético, 4 no nível silábico-alfabético e 3 estão no nível silábico (de acordo com testagem sobre o domínio da escrita-Emília Ferreiro). Trabalhamos na sala de aula em grupos, de acordo com este mesmo domínio da escrita.
Começamos desenhando: O que eu mais gosto?
Pude avaliar e retirar desta atividade algumas idéias para trabalhar em aula. Começamos nossa manhã de aula sempre com a rodinha, onde nos conhecemos e tem servido como norteador para o trabalho.
Numa destas rodinhas, as crianças começaram a colocar as dúvidas e conhecimentos que traziam sobre frutas e o desejo de estudá-las.
Entre as certezas levantadas pelas crianças temos: frutas fazem bem à saúde, na salada de frutas comemos frutas que não comemos puras (mamão...), algumas frutas comemos com casca outras não.
Quanto às dúvidas temporárias, foram citadas: Como nascem as frutas? No chão ou só em árvores? Que frutas usamos na salada de frutas? Fruta é remédio?
Estamos começando a procurar as respostas...juntos! E está sendo muito divertido...Temos planos, a aula flui, a aprendizagem também...
Encerro esta postagem por aqui,mas conforme o projeto for evoluindo, vou postando as novidades...e as respostas, fechando o quebra-cabeças!!!