domingo, 6 de setembro de 2009

Estou transgredindo!

Calma!Não virei contraventora!!!
Mas com certeza estou atravessando uma fase de discordar do que vejo e tentar mudar o que tenho.
Sinto-me atravessando uma ponte. Deixando o antigo, o "perfeito" e o "arrumadinho" e indo em direção ao que de novo (nem tão novo) me espera.
Sentia-me incomodada com a profissional que era e ao mesmo tempo com medo de mudar, pois todo processo de mudança é doloroso e até penoso.
Fui pega de surpresa e não notei à princípio, as mudanças irem se instalando. Aquilo que parecia ser um teste, no início do ano, foi transformando minha maneira de ensinar. Trabalhar com Projetos, da maneira como estava aprendendo na UFRGS, foi o primeiro passo. Como já postei sobre isto, não vou me deter nesta parte. (http://carlatruda.blogspot.com/2009_03_01_archive.html)
A partir dali, comecei a ver que trabalhar desta maneira exige uma série de outras mudanças. Ao participar da recuperação de Seminário Integrador VI, lemos o texto: "Por que avaliar? Alguns comos, para se chegar aos porquês" e a questão da avaliação quantitativa e qualitativa passou a povoar muito meus pensamentos. Passei a ler e pesquisar a respeito. quanto mais lia mais ficava incomodada!!!
Nossa realidade, apesar de já ter mudado alguma coisa, precisa chegar ao ponto de a avaliação ser única, individual, visando a melhoria, a verdadeira aprendizagem e levando em conta a realidade do nosso aluno.
Acredito que toda esta "incomodação" que sinto me fez buscar, refletir, ler e mudar minha atuação.
Não consigo que minhas propostas sejam utilizadas em outras séries ou anos, há uma grande resistência por parte das colegas, mas decidi que isto não me impediria de mudar dentro da minha sala de aula, com meus alunos e suas famílias.
O resultado? Minha turma tem a menor incidência de faltas em toda escola, resgate da família para trabalhar junto à professora, aprendizagem maior, diversificação e flexibilização dos conteúdos, interdisciplinariedade , a alegria em aprender e finalmente e no meu entender não menos importante, o desenvolvimento da autonomia.
Concluo, afirmando que acredito ter atravessado uma pequena parte da ponte, mas mesmo pequena, ver o restante do trajeto à percorrer me dá mais vontade de ler, buscar, descobrir e me atualizar. Pequenos gestos, passos minúsculos, mas que vão alterar minha trajetória final.

4 comentários:

biapedag.blogspot.com disse...

Muito legal isso, Carla! Parabéns! Com certeza, teus alunos são os maiores beneficiados. Abraço

Colégio Érico Veríssimo disse...

Oi Carla!

Que ótimo compartilhar contigo esta mudança!!!Melhor ainda é saber como o Pead está influenciando na tua maneira de ver o papel do professor!
Porém, não é fácil, né?
Este estado de desconforto e incerteza está resultando em uma prática diferenciada e os resultados já estão aparecendo.
Aguardarei mais novidades:)
Abraços,
Vanessa

Beatriz disse...

Interessante que mudar causa tanto desconforto inicial não Piaget foi muito feliz qdo dizia que , para mudarmos, precisamos nos desacomodar e que isso significa sair da zona de conforto. Só assim, mudamos. Alguns se incomodam e arrumam uma estratégia para se acomodar. Lembro da filha do Brizola em um entrevista em que, após ela se dizer sedentária, perguntaram se ela não tinha vontade de fazer exercícios. Ela disse,: Claro que sim, mas eu deito e espero a vontade passar.
Quantos professores deitam não?
Um abração
Bea

Barbara disse...

É verdade Bea, quantas esperam a vontade passar, ou se justificam colocando a culpa no governo, nos pais, na sociedade, enfim em todos menos em si próprio.
Abraços
Barbara