terça-feira, 29 de setembro de 2009

Escola formadora!

Estava analisando as construções que temos feito sobre concepções ingênuas e conhecimentos prévios e refletindo cheguei à conclusão que através da nossa mudança de visão, de conceitos, de fazer pedagógico, inicia também a mudança em nossas escolas.
A educação tradicional, onde os professores tinham as respostas prontas, para o perfil apresentado e estático dos alunos, está dando lugar (não de forma ampla) à necessidade de formação diferenciada em função de saber que as exigências de formação dos alunos são outras, mais complexas.
Devido à esta transformação veloz , proporcionada pelo conhecimento e a acessibilidade à um mundo em processo de transformação rápido e diversificado, torna-se difícil o professor estar suficientemente qualificado.
Daí a necessidade das escolas mudarem e passarem a serem centros de formação, não só dos alunos como também dos professores, onde cada vivência e a experiência pode construir, em cooperação, uma reflexão coerente que nos leve à respostas produtivas.
Por estes motivos, acredito que o início está na nossa mudança, na aceitação de que nossos alunos chegam com suas concepções ingênuas e conhecimentos prévios e à nós cabe a desestabilização para construção do conhecimento.

domingo, 13 de setembro de 2009

Alfabetização e/ou letramento?

A melhor resposta à esta pergunta é: a união das duas!
Sabemos que estas duas habilidades nem sempre foram tratadas conjuntamente. Antigamente o ensino da leitura e da escrita ficava restrito à decodificação e codificação, ou seja, reconhecer a lógica do código alfabético e transformar os sons em símbolos. Com a "chegada" do letramento começou a ser considerado, também, o contexto social, cultural e político que envolve a aquisição da leitura e da escrita.
Por isto,ler e escrever é bem mais que dominar um código que organiza a língua.
Estive pensando a respeito e cheguei à conclusão que através da leitura conhece-se todos os "mundos" e através da escrita pode-se inventá-los, reescrevê-los, redimensioná-los.

domingo, 6 de setembro de 2009

Estou transgredindo!

Calma!Não virei contraventora!!!
Mas com certeza estou atravessando uma fase de discordar do que vejo e tentar mudar o que tenho.
Sinto-me atravessando uma ponte. Deixando o antigo, o "perfeito" e o "arrumadinho" e indo em direção ao que de novo (nem tão novo) me espera.
Sentia-me incomodada com a profissional que era e ao mesmo tempo com medo de mudar, pois todo processo de mudança é doloroso e até penoso.
Fui pega de surpresa e não notei à princípio, as mudanças irem se instalando. Aquilo que parecia ser um teste, no início do ano, foi transformando minha maneira de ensinar. Trabalhar com Projetos, da maneira como estava aprendendo na UFRGS, foi o primeiro passo. Como já postei sobre isto, não vou me deter nesta parte. (http://carlatruda.blogspot.com/2009_03_01_archive.html)
A partir dali, comecei a ver que trabalhar desta maneira exige uma série de outras mudanças. Ao participar da recuperação de Seminário Integrador VI, lemos o texto: "Por que avaliar? Alguns comos, para se chegar aos porquês" e a questão da avaliação quantitativa e qualitativa passou a povoar muito meus pensamentos. Passei a ler e pesquisar a respeito. quanto mais lia mais ficava incomodada!!!
Nossa realidade, apesar de já ter mudado alguma coisa, precisa chegar ao ponto de a avaliação ser única, individual, visando a melhoria, a verdadeira aprendizagem e levando em conta a realidade do nosso aluno.
Acredito que toda esta "incomodação" que sinto me fez buscar, refletir, ler e mudar minha atuação.
Não consigo que minhas propostas sejam utilizadas em outras séries ou anos, há uma grande resistência por parte das colegas, mas decidi que isto não me impediria de mudar dentro da minha sala de aula, com meus alunos e suas famílias.
O resultado? Minha turma tem a menor incidência de faltas em toda escola, resgate da família para trabalhar junto à professora, aprendizagem maior, diversificação e flexibilização dos conteúdos, interdisciplinariedade , a alegria em aprender e finalmente e no meu entender não menos importante, o desenvolvimento da autonomia.
Concluo, afirmando que acredito ter atravessado uma pequena parte da ponte, mas mesmo pequena, ver o restante do trajeto à percorrer me dá mais vontade de ler, buscar, descobrir e me atualizar. Pequenos gestos, passos minúsculos, mas que vão alterar minha trajetória final.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parar de dar aula!!!

Não, isto não é um manifesto à favor de GREVE!!! Mas estive refletindo sobre aprendizagem e mesmo sem querer, acabei fazendo um paralelo entre o modelo de educação escolar mais antigo e o que procura-se aplicar atualmente.
Antes, tudo era muito "arrumadinho", tinha-se a ideia de que o mundo estava pronto e de que nele residia todo conhecimento. Ou seja, o professor ensinava algo inquestionável e o aluno aprendia e reproduzia exatamente como havia aprendido. E todos foram felizes para sempre!
O que aconteceu a seguir?Pânico com a chegada da concepção construtivista.
Acredito que o professor tenha-se questionado muito sobre: Como deixar de ser um bom professor por que sabe o conteúdo e passar a ser um bom professor por que sabe mediar a aprendizagem? Passar, de repente, a conjugar na prática, o verbo interagir...
Por isto volto agora, ao título! RONCA (1996) faz o questionamento perfeito, sobre isto: "Se o papel do professor é dar aulas, enquanto ele dá sua aula, o aluno faz o quê?"
Tenho a impressão que quando utilizamos a expressão "dar aula" estamos nos reportando àquele "mundo arrumadinho" de antes, pois não temos nenhuma aula a dar e sim construir junto com o aluno.
São dois os protagonistas deste espetáculo chamado aprendizagem: o professor e o aluno, onde a aprendizagem ocorre como fruto de esforços em busca de uma solução que nos satisfaça.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Altas habilidades!!!

Como educadores, acredito que temos que buscar constantemente lançar um olhar diferenciado, um olhar crítico sobre o nosso fazer pedagógico e sobre a individualidade do nosso aluno.
Procuramos sempre encontrar as dificuldades de nossos alunos e deixamos muitas vezes passar suas reais potencialidades.
Foi assim que comecei a perceber o desenvolvimento de um aluno...maravilhoso!!!Não por ser tranquilo e ótimo aluno, mas por quê exigia e exige mais de mim, sempre mais!
Nas aulas de matemática, seu raciocínio vai além do que é proposto...Se existem duas propostas de atividades, ele realiza, tranquilamente, mais três ou quatro.
Está constantemente me desafiando a buscar mais, pois tem uma sede de aprender impressionante!
Quando estudamos Manet e Murillo, aprofundou-se buscando seus estilos e histórias(sem que fosse pedido).
Fui pesquisar e descobri que o MEC fez uma listagem descrevendo atitudes mais frequentes em pessoas que têm altas habilidades. BINGO!!!Ele tem a maioria dessas características!!!
Busquei qual o caminho a ser feito para confirmar ou não o que desconfio, já o encaminhei para a Secretaria de Educação, que vai testá-lo e confirmar ou não minha suposição...
E eu? Aprendi muito com tudo isto! O olhar para o diferente deve ser para todos os lados. A inclusão também passa por não esquecer daqueles que já têm a bagagem, mas precisam de uma ajuda para carregá-la!!!