sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sobre contos de fadas e viagens especiais!!!

Li a reportagem da revista Nova Escola e fiz um resumo das idéias centrais do texto...
A criança antes de falar, já é capaz de entender as histórias contadas pelos adultos. O relato cotidiano ou os contos de fadas vão fazer com que aos poucos adquiram um repertório de imagens, nomes e roteiros de ações utilizadas mais tarde.
Quando a criança conquista condições fisiológicas de falar, começa a narrar o que acontece no tempo, ela vai acessar todos os diferentes repertórios acumulados desde os primeiros meses de vida.
Maria Virgínia Gastaldi explica que: " o pensar não se estrutura internamente, mas no momento da fala.A narrativa, que é a primeira estrutura da oralidade que a criança tem contato, é o que modela e estimula a atividade mental."
Como deve ser, então a postura do professor ou da família? O ideal é que sejam co-construtores das narrativas, incentivando a criança a avançar nos recursos que utiliza em suas construções. Envolve uma relação de cumplicidade entre a criança e seu interlocutor.
Quando a criança começa a contar sobre o passeio que fez ao zoológico e termina contando como quase caiu na jaula do leão, estão fazendo a ligação do faz de conta no pensamento infantil e a maneira de apreender o mundo e elaborar os sentimentos conforme nos diz Gilka Girardello: "A criança brinca com sua realidade, extravasando-a para experimentar outros paéis e situações."
Ela nos coloca que, fazendo isto, as crianças vão articular imagens do repertório conquistado ao longo de sua vida.
Dra. Ana Paula Stahlshmidt coloca-nos que trata-se de um "experiência em que os pequenos podem brincar com a realidade em que dão sentido pessoal aos elementos do ambiente e os elaboram à sua maneira para com ele poder lidar."
Existe um outro lado exposto por Lélia Erbolato Melo, que nos coloca a incorporação do elemento da dramatização, onde tornam as histórias interessantes incluindo ação, conflitos e o inesperado. Tudo por que ao ouvir histórias a criança cria hipóteses sobre como seria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situações.
Quando a criança assume o papel de narrador da história é comum a flexibilidade de fronteiras entre experiência pessoal e situação imaginada, tanto nos relatos reais como nas histórias ficcionais. É um processo comum e saudável misturá-las (realidade e ficção) para mais tarde separá-las.
Quanto ao adulto, não cabe questionar se é verdade ou invenção, mas participar da aventura e pedir detalhes, além do cuidado de não tirar conclusões precipitadas sobre as narrativas. O aluno falar de uma briga não quer dizer que aconteça na casa dele, pois não é possível saber a quem se remetem com seus personagens.

Um comentário:

Beatriz disse...

Que texto interessante!! Imagino que a contação de histórias pelos teus alunos deve ser uma atividade muito divertida e investigativa. Eu adoro ouvir essas histórias em que o imaginário flui como se realidade fosse e ir acompanhando como , aos poucos, a realiddae adquire maior força no relato.
Um abração
Bea