sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dificuldades de aprendizagem.

Estive lendo e pesquisando sobre dificuldades de aprendizagem e uma frase do fonoaudiólogo Jaime Luiz Zorzi, doutor em Educação, chamou minha atenção, ela diz o seguinte: "Se os índices de fracasso escolar brasileiros na tentativa de alfabetização se devessem à distúrbios de alunos, poderíamos crer numa epidemia."
O mesmo doutor afirma que a Organização Mundial da Saúde tem estimativas que entre 10 e 15% do total de crianças com problemas de aprendizagem apresentam distúrbios orgânicos (incluindo deficiência mental, auditiva, motora, visual e múltiplas, além de casos como a dislexia). sendo que o índice de fracasso escolar atinge 40% ou mais. Nestas situações não estão computados os estudantes que passam de ano sem ter aprendido corretamente.
Fiquei questionando-me ao que deve-se esta discrepância nos dados e concluí que muitas vezes falta ajuste entre o método utilizado pelo professor e as características do aluno.
Vemos constantemente "diagnósticos" de transtornos de déficit de atenção quando na realidade, o comportamento desatento está ligado ao que as escolas e professores oferecem em termos de ensino. Não existe, muitas vezes, o trabalho feito com a realidade trazida pelo aluno.
E voltamos, aí, a um ponto muito forte e preocupante: a avaliação.
O que vemos é a avaliação onde as crianças são avaliadas pelo ponto fraco e não pelo forte. . Como tudo o resto somos avaliados pelo que não fazemos, ou não temos, ou não somos.
Pedro Demo (Avaliação Qualitativa-ed.rev.-Campinas,S.P.-Autores Associados, 2002) coloca muito bem, quando nos diz que: "Refletir é também avaliar e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos etc."
Quem sabe o que nos falta é olhar diferenciadamente para cada aluno? É possível. Basta querermos, só precisamos ajustar o método às características dos alunos.

Um comentário:

Beatriz disse...

Carla querida , os ajustes começam por uma fórmula muito simples: basta olhar os alunos, mas olhar mesmo.
Gostaria de compartilhar contigo o quanto eu gosto de ler teus textos. Teu crescimento é visível e notável. Foi excelente teres saido da zona neutra, onde o conforto só nos entorpece. Agora és mais uma do grupo das inquietas
Beijão
Bea