
Calma!Não virei contraventora!!!
Mas com certeza estou atravessando uma fase de discordar do que vejo e tentar mudar o que tenho.
Sinto-me atravessando uma ponte. Deixando o antigo, o "perfeito" e o "arrumadinho" e indo em direção ao que de novo (nem tão novo) me espera.
Sentia-me incomodada com a profissional que era e ao mesmo tempo com medo de mudar, pois todo processo de mudança é doloroso e até penoso.
Fui pega de surpresa e não notei à princípio, as mudanças irem se instalando. Aquilo que parecia ser um teste, no início do ano, foi transformando minha maneira de ensinar. Trabalhar com Projetos, da maneira como estava aprendendo na UFRGS, foi o primeiro passo. Como já postei sobre isto, não vou me deter nesta parte. (
http://carlatruda.blogspot.com/2009_03_01_archive.html)
A partir dali, comecei a ver que trabalhar desta maneira exige uma série de outras mudanças. Ao participar da recuperação de Seminário Integrador VI, lemos o texto: "Por que avaliar? Alguns comos, para se chegar aos porquês" e a questão da avaliação quantitativa e qualitativa passou a povoar muito meus pensamentos. Passei a ler e pesquisar a respeito. quanto mais lia mais ficava incomodada!!!
Nossa realidade, apesar de já ter mudado alguma coisa, precisa chegar ao ponto de a avaliação ser única, individual, visando a melhoria, a verdadeira aprendizagem e levando em conta a realidade do nosso aluno.
Acredito que toda esta "incomodação" que sinto me fez buscar, refletir, ler e mudar minha atuação.
Não consigo que minhas propostas sejam utilizadas em outras séries ou anos, há uma grande resistência por parte das colegas, mas decidi que isto não me impediria de mudar dentro da minha sala de aula, com meus alunos e suas famílias.
O resultado? Minha turma tem a menor incidência de faltas em toda escola, resgate da família para trabalhar junto à professora, aprendizagem maior, diversificação e flexibilização dos conteúdos, interdisciplinariedade , a alegria em aprender e finalmente e no meu entender não menos importante, o desenvolvimento da autonomia.
Concluo, afirmando que acredito ter atravessado uma pequena parte da ponte, mas mesmo pequena, ver o restante do trajeto à percorrer me dá mais vontade de ler, buscar, descobrir e me atualizar. Pequenos gestos, passos minúsculos, mas que vão alterar minha trajetória final.